o Equalizador é uma ótima e poderosa ferramenta. Na verdade é a sua principal ferramenta depois do fader de volume.
E com um grande poder, vem uma grande responsabilidade. Quanto maior o poder, maiores são as chances de cometer erros.
Se você está lendo isso, não é nenhuma surpresa pra você que existem várias formas de lutar com os Equalizadores. Algumas vezes o resultado final fica pior do que quando começou.
Então aqui temos 3 técnicas de equalização que as pessoas usam, e que as vezes causa mais dano do que somar algo de bom. Eu sei, eu sei… Eu também usava!
1. High-Pass Filter em tudo !
Essa é boa. ” Coloca o HPF em tudo, exceto no bumbo e baixo”, sempre. Cortar frequências indesejadas, só tem sujeira e sobra de grave nessa região. Isto soa familiar?
Bom, HPF em tudo é provavelmente uma ótima ideia se você está mixando uma música gigante com mais de 100 trilhas. Se você tem muita coisa tocando junto, a maioria das coisas tem que soar pequeno.
Mas se você precisa de mais realismo e vida, pense bem antes de usar o HPF. Melhor ainda, escute essa região antes do filtro. Eles estão certos – tem um monte de ruído e sujeira lá, mas também tem peso, calor e uma vibe rolando lá também.
De toda maneira, não se envergonhe por isso. Apenas tenha em mente que é uma ferramenta. E as vezes não é a melhor ferramenta pro trabalho. As vezes você pode precisar de peso e calor – mesmo em canais que não tem o nome de “bumbo” ou “baixo”.
2. Cortando em pedaços
Cortar uma frequência é melhor do que aumenta-la certo? Bom, as vezes. Você usa o método “boost and Sweep” para achar frequências ruins?
Aqui está uma armadilha — quando você procura por frequências ruins, você sempre acha. Um monte delas.
Porque se você der um “boost” estreito numa frequência e passear pelo equalizador, toda frequência vai soar horrível. Aí você vai cortar. Agora as DAWs e as consoles digitais tem quatro, cinco, até 10 bandas de equalização em cada canal…. Agora você vai cortar todas as frequências indesejadas!
Se você sabe do que eu estou falando, vai saber que sua equalização começa a parecer aquele jogo “worms”. E você pode usar um monte de palavras pra descrever seu som mas, quente, brilhante, vivo e saboroso você não vai poder usar. Então:
Não cave buracos no seu som!
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3. Esqueceu de tentar usar a inversão de polaridade.
Aqui está um dos recordistas. Toda vez que você tem dois microfones numa fonte, fase e polaridade começam a ficar interessante. Já escrevemos sobre isso em:
FASE: Diferença de tempo ou polaridade?
Quando tiver dois mics, antes de usar o equalizador, tente inverter a polaridade de um dos canais ( não importa qual dos dois). As vezes você pode achar o seu som mais rápido do que usar um equalizador. Você pode ficar lutando com o equalizador quando apenas o botão da polaridade vai resolver o seu problema, e fazer todo o trabalho pra você.
Nem sempre irá funcionar, mas quando isso acontece você vai sentir como se tivesse “roubando” ou usando um “cheat”
Portanto, não parar de pensar, e não parar de ouvir. Não tome nada por garantido. E não se esqueça que quanto menos EQ você usa, mais integridade é mantida no som.
O equalizador é uma ferramenta poderosa. Então, eu recomendo a tentar encontrar maneiras de usá-lo o mínimo possível.
Este artigo foi traduzido livremente do blog.kimlajoie.com
Cara.. muito legal sua rapidinha.. o lance do boost and sweep era um erro comum meu alguns anos atrás, mas um GEq pode ajudar muito com algumas “sujeiras” e feedbacks.. Mas sou obrigado a descordar do lance do HP… eu uso HP em tudo sim.. nunca acima de de 120 Hz.. mas em tudo… inclusive no Baixo e no Bumbo.. onde eu uso em 25 ou 30 hz dependendo da resposta do sistema.. isso limpa e ajuda o falante a nao desperdiçar energia tentando reproduzir frequências q ele nao eh capaz … além disso eu sempre comprimo bem a regiao abaixo dos 90.. organizar os graves .. as ondas portadoras, ajuda muito a dar solidez ao som..
Sabe como eh esse ofício.. ninguém concorda completamente em tudo.. mas sao essas diferenças q fazem nosso trabalho uma “arte da técnica”… rsss
Abraços
É isso aí Rodrigo, você pegou o espírito da coisa!
É pra isso mesmo que servem os comentários, eu também costumo a usar o HPF em tudo… esse texto é do Kim Lajoie. Depois que fiz essa tradução, passei a experimentar a usar menos o HPF ou até mesmo diminuir o slope do filtro… tente usar filtros com 12db/oitava por exemplo….
Eu uso.. em vozes por exemplo eu uso o slope em 6 db/oitava bem alto.. (de 80 a 120) dependendo da voz… em 24 ou 36 db (viva a era digital) eu só uso em casos extremos.. ou qndo o corte eh em 25/30 hz..
Sobre o boost and sweep, eu primeiro ouço o que está me incomodando sem equalização e só depois uso a técnica pra me dar uma maior precisão.
Eu uso o boost and sweep em casos onde tenho dificuldade para encontrar a região que está incomodando. Acho que o autor quis criticar aquele cara que não sabe o quer tirar e fica procurando algo que ele nem sabe o qué, até mesmo talvez por não suportar ver o Eq “fletado”.
Certa vez estava como técnico “freela” e ao começar a testar o sistema depois de montado, notei que a maioria dos subwoofers estavam com muita excursão (maior do que deveriam) e todos os níveis da cadeia de sinal estavam ok. Pelo movimento do cone eu pressupus que as frequências muito graves é quem estavam dando problemas, coloquei HPF no master fader e na mesma hora os falantes ficaram mais comportados. Além disso diminuiu um pouco a distorção e o ruído de vento dos dutos.
A causa eu descobri depois, falantes recondicionados com materiais e técnicas ruins (preço baixo dá nisso).
Olá, Diego! Uma pergunta um pouco fora de contexto: você precisa de autorização para traduzir e publicar artigos do Kim Lajoie?
Oi Helisom, não há no blog dele nenhuma informação que indique que é proibido uma tradução e reprodução. Mas pela regra e etiqueta da internet, não há problemas quando você cita a fonte e coloca o link. Se ele tivesse se sentindo incomodado por isso, já teria entrado em contato.