Continuando a série ROSSY na Estrada, venho falar hoje sobre uma prática que tem me ajudado muito nos meus trabalhos, no que se refere a mix. Gravar o show em dois canais (L&R) na verdade há muito tempo vem sendo uma ferramenta de estudo e em boa parte artifício de divulgação para alguns artistas. Sim… Divulgação… (hahahahah)
Aqui teremos diversos pontos que poderíamos abordar acerca dessa gravação:
- O ponto de vista do estudo pessoal do técnico que quer melhorar sua mix
- O ponto de vista comercial, onde muita banda explora essas gravações com fins de divulgação (A grande maioria dos técnicos não é remunerada pra essa função), ou quem sabe, digamos até para transmissões ao vivo de rádio e tv.
E não adianta pensar que essas gravações nos remetem a tal era dos “cdzinhos” ao vivo. Na verdade muita gente grande já se valeram dessas gravações, como Beatles, Bob Dylan, Led Zeppelin. Existe quem permita isso tranquilamente por meios legais de autorização. Tem banda por exemplo que em seu site tem um espaço reservado para reproduzir essas gravações onde disponibilizam esses BOOTLEG’s* para seus fãs. (O termo bootleg se dá a gravações não oficiais de bandas/artistas. Não confundir essa prática com pirataria).
Levei na mochila por muito tempo um gravador da Tascam (DR-05), onde eu registrava meus trabalhos em L&R para estudo e também os artistas usavam essas gravações para os tais “piratinhas”. Contudo, não deixava de lado e crer que o mais importante daquele meu trabalho era mixar para o público presente. Hoje registro esses áudios, com intuito apenas de melhorar minha mix e as vezes usamos esses áudios em alguns vídeos pequenos. O gravador atual de hoje, um DR-40 também da Tascam, me permite gravar além do L&R do console, um L&R de ambiência, captando o público. Anteriormente já levei notebook e placa de mais canais para isso. Hoje com tantos recursos de gravações em pista, até mesmos os consoles permitindo isso com facilidade, ainda temos o prazer de dizer… (Essa daí foi L&R do show…!!!). Pra quem não quer andar com o gravador externo, alguns consoles permitem gravar o L&R pelo pendrive em formatos mp3 e wav.
Na verdade, acredito que o técnico tem tanta coisa pra se preocupar no som local propriamente dito do que outrora com essas “matrizes” a serem reproduzidas por apenas dois canais de mixagem. Daí a saída é, perceber que se meu L&R é base para tantas coisas, nós precisamos estabelecer quem será o fiel da balança nesse jogo, podendo ser o sistema de PA, monitores de referência na house-mix, fones de ouvido, enfim… eu estabeleci minha mix por um fone de minha preferencia, onde tenho costume de escutar quase tudo nele. Por ele estabeleço minha mix e equilibro tudo o que posso comparando com ele.
USANDO MATRIX E PRESERVANDO O L&R
Me acostumei a fazer meu P.A. há muito tempo por Matrix do console.
Com o advento das mesas digitais isso ficou mais fácil e acessível para nós técnicos. Muito simples e eficaz. Me deparei muito com algumas “cenas” de colegas com o Insert de Gráfico 31 no Master L&R. Esse master que por sua vez recebia os ajustes com base no que se pretendia alterar no PA, causava os mesmos ajustes em gravações e outras reproduções do L/R. O jeito foi padronizar essa forma de trabalho em todos os consoles. Onde também nessas matrixs, tínhamos o controle de outras fontes, como torres de delay, front, REC, etc. Dessa forma eu posso fazer os ajustes que achar necessário em cada uma dessas matrixes sem afetar o L&R, que é a fonte pura podemos dizer assim de todos esses sinais.
Um exemplo de configuração em consoles que possuem 8 matrix’s:
Pra não passar apenas comentando nesse post, vou colocar um pedacinho do que fazemos no show com uma console X-32 Rack, registrando L&R e ambiência do público.
E ai? Vale ou não vale registrar a mix do show?
Gostaria de ouvir suas experiências também.
Abraço a todos e em breve estarei de volta em mais um Na Estrada com Rossy.
Um comentário
Pingback: Você mixa pra você ou para o público? - Áudio Repórter