Antes de entrarmos em prática na discussão, faremos um breve resumo da origem de toda polêmica.
O termo estéreo foi introduzido no mundo do áudio baseando-se no fato de que temos dois ouvidos, ou seja, uma audição estereofônica que nos dá a sensação da origem da fonte sonora, (esquerda ou direita) e/ou também da profundidade e distancia da mesma. Assim nasceu a necessidade de reproduzir a disposição espacial dos instrumentos. Esse é o ponto de origem da polêmica. Como fazer isso? Usando o padrão do mercado? Ou inovando com criatividade?
Logo quando os primeiros álbuns foram gravados e reproduzidos no sistema “estéreo”, não se sabia ao certo o que devia ser feito. Podemos notar em alguns discos dos Beatles, por exemplo, que o estéreo é utilizado de forma bastante radical: a banda só de um lado, uma voz de um backing vocal ou até mesmo a voz principal do outro. É de se notar também algumas bandas de heavy metal, que separam duas guitarras cada uma para um lado ex.: Iron Maiden, Metalica, Megadeth. No Brasil, podemos encontrar antigas gravações como, por exemplo: Luiz Gonzaga, onde o estéreo é utilizado sem padrão algum. O Zabumba é colocado no lado esquerdo, o baixo no direito e até mesmo a banda toda alternando entre o L/R.
Exemplos:
O que seria o padrão estéreo?
Rege o mercado que os instrumentos graves devem permanecer no centro, assim também como outros elementos que precisam de toda a capacidade de reprodução do sistema, como a caixa de bateria e a voz humana. Outro ponto interessante que devemos levar em conta é o respeito com a disposição da banda, ou seja, o padrão seria reproduzir a posição de cada instrumento no palco, para quando colocarmos um CD em algum som estéreo, podermos fechar os olhos e “visualizar” o momento gravado.
As controvérsias surgem quando alguns pontos são colocados em questão, como por exemplo: Quem garante a posição correta das caixas de um aparelho de som doméstico? Quantas pessoas escutam suas gravações em casa, no carro, no computador, numa posição que, de fato, privilegie o efeito estéreo? E se você assistiu a um show, onde a banda fica toda espremida em um lado do palco e o cantor em outro? Se a bateria está no centro do palco, porque constantemente ouvimos tom1 – R, tom 2 – L, surdo – centro? Se no show o baixista fica na extrema esquerda, porque não colocar o baixo na caixa esquerda também? Resumindo: Com o que é o verdadeiro compromisso do técnico de mixagem? Com o “padrão” ou com a criatividade?
Eu costumo usar o bom senso, e “mixar” o padrão com a criatividade. Acho que o compromisso de um téc. de mixagem é reproduzir o momento do show, pra que você possa sentar à frente do seu aparelho de som, colocar um bom CD, fechar os olhos e “ver” a banda tocando na sua frente, recriando assim com a maior fidelidade possível a performance da banda.
Abraços e até a próxima.
Uma banda que mixa muito bem os intrumentos (e principalmente a bateria) é a banda brasileira "Fiddy".
Não conheço…
em cd ou ao vivo?
Diego, costumo ter dificuldades em fazer com que a mixagem gere uma imagem estéreo aberta, mesmo trabalhando com todos os recursos (pan, efeitos). Poderia citar um exemplo de mixagem base para que a imagem estéreo seja desta forma aberta? Agradeço e parabenizo pelo trabalho.
E acrescento mais uma questão: o PAN da bateria, deve ser feito baseado na perspectiva do baterista ou do público?
Numa palestra que teve na minha facul, o palestrante comentou sobre esse caso. Ele disse que, PRA ELE, o legal é colocar a batera na perspectiva do baterista quando vc tá mixando um CD, mas quando tá mixando um DVD é legal fazer na perspectiva de quem assiste.
Eu faço assim, mas isso não é uma regra….
Bom dia…. Queria saber como eh feito com uma mixagem ao vivo que o cantor solista esta no centro e banda e backs estão divididos em estéreo…. na minha mixagem que eu faço em casa não consigo faz isso… mesmo trabalhando com o pan e mesmo assim não fica um estéreo legal igual de um DVD