Você quer ouvir ou quer sentir?
No dia a dia infelizmente é normal vermos e ouvirmos carros de passeio com “música” tocando a nível absurdo, imaginem um carro com quatro ou mais cornetas contendo drives fenólicos instalados na parte interior, a menos de um metro do “ouvinte”.
Já não é de hoje que nós costumamos a ver nos tele-jornais reportagem sobre pessoas usando fones de ouvido a níveis absurdos.
Um reprodutor de MP3 pode fornecer até 110 decibéis direto ao ouvido!
Segundo a Fig. #1 Mostra o tempo em que é saudável estarmos exposto aos níveis de pressão sonora.
Acredito que em 99% de todos que trabalham com show ao vivo já deve ter se assustado com essa figura. Em minha opinião, teremos um problema de saúde pública muito em breve, estamos construindo uma geração de pessoas surdas!
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Os prejuízos auditivos não causa simplesmente a surdes, outros fenômenos bem mais sérios podem acontecer como:
- dificuldade de aprendizagem,
- baixa autoestima,
- insegurança,
- isolamento,
- podendo provocar ou agravar quadros depressivos,
- irritação, alterações de humor,
- cansaço excessivo
- dor de cabeça.
Pode até ocasionar perda gradual de memória!!!
Imagine você sofrer pelo o resto da sua vida com um zumbido intermitente… E isso é irreversível!
(…)Qualquer pessoa responsável pela sonorização deve ser cauteloso sobre a entrega de níveis acima de 95 dB (C) SPL para uma platéia durante um longo período. Fora a saúde, temos o Headroom de um sistema, caso não o respeitamos, não conseguiremos mixar com qualidade.
Como faz para as pessoas terem a sensibilidade, ter a percepção de vários instrumentos se estamos trabalhando já no limite de um sistema?
O auto-falante ao sob-aquecer, tem uma queda significativa em seu rendimento. Nós como profissionais do áudio, temos que entender isso e saber que nós não somos como pessoas que querem sentir o som ao invés de ouvir.
Trabalhamos com música e a música tem como elementos básicos, ritmo, melodia e harmonia. Como é possível você amplificar esses três elementos se trocou a qualidade por volume?
É triste ver que muitos músicos se esqueceram desses elementos, e eles também preferem sentir do que ouvir. O que eu me questiono é, onde queremos chegar com tudo isso que fazemos no presente?
O pior, eu acredito que essa decisão de sentir e não de ouvir vem da nossa baixa cultura, onde perdemos o habito de raciocinar, sendo assim tudo que faz com que a gente tenha que pensar vire algo ruim ou cansativo. Músicas pobres em seus elementos faz com que as pessoas não precisem prestar atenção, elas passam apenas a responder as batidas (sentidas) e é o suficiente.
Com isso temos uma música pobre culturalmente falando e já não é preciso mixar e amplificar a música, e simplesmente fazer com que as pessoas sintam…
Parabéns!
Você que teve disponibilidade de ler até aqui, parabéns! Você é uma pessoa disponível a evolução, pois o ato de ler também já não existe mais!
Eu desejo menos SPL e mais música, e você?
Concordo plenamente menos “SPLneles” e mais “música neles”!!!! VC ouvindo todos instrumento em harmonia cada um em seu lugar pra mim já é o essencial mas quando VC ” levanta ” mais o fader porque quer pressão VC acaba prejudicando sua mix e começa a suja-la com freqüências subgraves absurdas que que só fazem pressão sem definição bom acho que é isso Música neles!..belo post kadu melo ….
Muito obrigado Jonnas! Vamos fazer a nossa parte, quem sabe um dia teremos uma vida auditiva melhor!
Um forte abraço!
parabéns Kadu, conte comigo ness luta… Mais musicalidade e menos porrada sonora! Menos pressão e mais musica…
Vejo isso com cautela. Observo que o engenheiro de áudio acaba sendo um prestador de serviços para os músicos e para a audiência. Nesta posição fica difícil dizer não à quem consome e paga pelo serviço prestado. Claro que segurança e saúde são prioridades e cabe ao profissional se impor seriamente quando o momento pede, mas dentro de uma sociedade desculturada, exagerada e que consome áudio pelo volume e não pela qualidade, é difícil convencê-los ou obrigá-los a aceitar que dinâmica é música.
Volume está para o áudio o que o sal está para a cozinha. Sal deixa até isopor gostoso, mas quanto mais você satura, menos sabores individuais dos ingredientes o placar consegue distinguir e apreciar.
Tenho tentado passar isso aos músicos da igreja, mas tem ficado cada vez mais dificil. É difícil trabalhar assim…
Muito bom Diego parabéns pelas dicas…
eu particularmente não sou de muito volume, eu gosto de ouvir cada instrumento em suas respectivas frequências para não deixar minha mix a desejar…
vlw Deus abençoe amigo abraço…