PAN: A imagem estéreo em som ao vivo

Usar o PAN em shows ao vivo como usamos no estúdio, torna a experiência do público pior? É o que vamos discutir neste post!

 

PAN é sempre um assunto polêmico, como não existe uma regra definida, cada um usa a criatividade e faz “do seu jeito’. No início do Audio Repórter fizemos um post a respeito da imagem estéreo na mix,  assunto que se aplica muito em estúdio, agora, vamos analisar como fica este assunto no mundo do “P.A.”

Leia:

• Imagem estéreo na mix

 

O botão do PAN

Pan é um recurso incrivelmente útil nos consoles de gravação e workstations de áudio digital. Como você sabe, virar o controle de pan para a esquerda coloca o sinal no alto-falante esquerdo. Virando para a direita faz o sinal sai do alto-falante direito.

Se você deixar no centro o sinal vai sair de ambos os alto-falantes e também aparecer como uma “imagem acústica” diretamente centralizada.

Quando você está numa mixagem seja ao vivo ou no estúdio, o uso de bom gosto do controle de  pan pode criar a ilusão de que uma banda está a tocar num palco na frente de você. Há um guitarrista à esquerda, outro à direita, bateria com uma determinada largura aparente, a cantora e contrabaixo no centro.

Você pode fazer o mesmo em som ao vivo. Tenha em mente, contudo, que em um local pequeno, há menos controle sobre a imagem porque o backline contribui significativamente para o nível geral. Mas vamos imaginar um local grande, onde este problema não existe.

 

Então você está lá atrás do console de mixagem, com a banda no palco pronto para a passagem de som. Não é preciso muita imaginação para decidir deslocar os instrumentos para corresponder às suas posições reais no palco.

Depois de duas ou três músicas a mistura começa a tomar forma e soa muito bem. Tempo para aquecer na glória de sua realização.

Exceto …

 

O som parece bom para você. Mas o que dizer do público? É bom para eles?

Uma coisa que é essencial para se lembrar é que, como engenheiro de som ao vivo, você tem o melhor assento na casa, de um ponto de vista de áudio. É muito tentador fazer o som se relacionar com a posição em que você está enxergando os músicos, mas uma grande parte do público não estará ouvindo do mesmo jeito e na mesma posição em que você está.

Imagine que você está na platéia, bem perto do palco no lado esquerdo do auditório. Há um guitarrista no palco ao longo do lado direito. Se o engenheiro “fizer o pan”  na  guitarra  para coincidir com a posição do músico no palco, então ele virá predominantemente a partir da coluna de caixas do lado direito. Assim, se você estiver assistindo o show no  lado esquerdo do auditório, você não ouve muito ele tocando. 

Na verdade, o equilíbrio dos instrumentos parece totalmente errado, porque você só ouve um lado da imagem estéreo.

Por esta razão,  é importante que um engenheiro de som ao vivo considere o pan com muito cuidado. É ele quem diz onde está o melhor som da casa, ou você se compromete a entregar a todos um som uniforme e decente ou a alguns privilegiados que estão sentados no centro da imagem estéreo.

Isso não significa abolir o pan, ou mixar em mono. Tá certo, algumas pessoas vão falar que  é melhor em mono e blá, blá, blá. Mas você pode fazer uma imagem estéreo estreita, achando um ajuste que fique bom pra você e os que estão sentados no mesmo eixo, e bom também para os que estão em frente as colunas do lado esquerdo e direito, contemplando todos com o mesmo som!

É bom lembrar que  som ao vivo não é som de estúdio. Existem semelhanças, mas as áreas onde eles se diferem são de vital importância também.

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Inspirado, traduzido e modificado num artigo de David Mellor do audiomasterclass.com