Uma questão interessante acerca da relação Técnico de PA(Banda/Artista) e Técnico da Locadora(Empresa de som).
Venho observando há algum tempo essa relação no que diz respeito aos ajustes e liberação do processador do sistema para o técnico da banda. Casos onde o técnico “exige” o controle total sobre o sistema, mexendo nos parâmetros do processador como parte da sua mix. Apesar de ter minha opinião formada sobre este assunto, quero mais despertar o debate e a reflexão dos amigos neste tema.
Acompanhei de perto situações em que estive trabalhando e assessorando outros companheiros que sequer olhavam para o processador e conseguiam desempenhar sua mixagem sem ter que fazer alguma intervenção no sistema. Outros que mesmo sem “ligar o som” ou fazer aquele velho sound check com as músicas prediletas já ia logo ao processador fazer “seus cortes”… Imaginem…
Outros casos que sempre vejo e me encaixo bem neste é quando há um entendimento e adequação entre os técnicos, aquela boa relação entre os lados, tipo:
“Companheiro… Minha mix não precisa de tanto sub… podemos diminuir um pouco?” — Salutar no meu modo de ver.
Travar o processador e dizer que o dono da empresa que tá em casa só ele tem a senha é uma que vemos, não é? Ou aquele recurso de deixar o processador fora da house mix, lá no palco. Seria falta de argumentação, pulso e confiança no seu sistema?
Existem casos absurdos de deixar dono de empresa de cabelo em pé. Já vi técnico de banda grande durante o seu show com o uma mix toda no vermelho… Falo de console e processador. Como também vejo casos de sistemas sem headroom, que não contam com aquela margem além do “limite” digamos pré-estabelecido. Existe com certeza a galera da mão pesada, como a turma chama por aí. Porém os que tentam trabalhar dentro de um nível mais bacana as vezes sofrem as consequências. As realidades são bem distintas e comprometem a regra de dizer que processador não se mexe. E o que fazer quando chegamos em sistemas que vemos que não há muito conhecimento técnico e realmente a coisa fica feia e temos a certeza que há algo de errado no gerenciamento do mesmo?
Lembro com certa alegria um dia que encontrei com um companheiro que não lembrávamos um do outro. Lá pras tantas conseguimos recordar de um trabalho que fizemos e sua atitude foi até engraçada, que ao invés de me cumprimentar dizendo “oh rapaz… agora lembrei…” Ele se dirigiu ao processador e foi retirando os limiter’s… Comecei a rir e dizer, calma amigo… Vamos passar o som primeiro.”
Imaginem aí se os processadores de áudio tivessem agora a entrada do pendrive e o camarada quisesse colocar a “cena” dele do processador. (kkkkkk)
E você, como tem lidado no dia a dia com essa situação? Apesar de saber que ela é bem antiga.
Minha opinião:
Função do técnico da empresa: dimensionar, montar e alinhar o sistema de acordo ao local do evento deixando livre os volumes entre componentes para possíveis ajuste de gosto musical de cada banda.
Função do técnico da banda: checar o sistema montado e seu alinhamento com seus devidos recursos, caso haja alguma divergência mostra ao técnico da empresa para que o mesmo corrija ou justifique o porque de tal resultado.
Infelizmente o que ocorre é diferente disso geralmente o técnico da empresa não tem competência para tais ajustes e ou o técnico da banda acha que tem o direito de mexer em parâmetros que não te dizem respeito! Concordo com Diego quando diz que tudo é a forma que se chega e como se trata para chegar a um entendimento, afinal ninguém é dono da verdade.
Levington, sua opinião é muito importante neste post, pq vc viveu os dois lados da moeda.
Realmente tudo é questão de saber “chegar”.
Mas o que vemos é funcionários de locadora MAL HUMORADOS.
só uma correção, quem escreveu esse texto foi o C. Rossy de Fortaleza!
Meus amigos a parte mais difícil de nossa profissão é ter que lidar com as pessoas! Acredite já fui o cara mal humorado assim como tb já fui o técnico da banda cheio de razão e das duas formas quebrei a cara mais à frente! Então fica a dica, vamos buscar fazer o nosso trabalho e deixar que os demais profissionais contratados também desempenhem suas funções! Hj graças a Deus independente da empresa do fim do mundo a top das galáxias me adequou a buscar fazer o melhor iniciando com um bom diálogo e quando isso não é possível passo a bola para quem tem que se indispor e resolver tais problemas!
Verdade Levinton… E sabemos que quase como regra, as mazelas de um contrato mal fechado encerra nas costas de quem está a frente de uma locação dessas… É fácil chamar o outro de mal humorado e não saber o que o outro está passando…
O mal humor normalmente é fome e cansaço. Muitas empresas cortam alguns custos básicos para conseguirem ser contratadas e a mão-de-obra é uma das primeiras a sofrer. Já vi técnicos como auxiliares, auxiliares como roadies, roadies como carregadores e até carregadores como DJ’s. Também vi com frequência equipes enxutas demais, rendendo uns aos outros aquela soneca revigorante (sqn) enquanto o dono da locadora estava no luxo de sua cobertura. Eu sempre busquei ser gentil e prestativo pois cresci no meio de técnicos “das antiga” e todos eles eram muito truculentos. Eu queria fazer diferente e não foi a fome e o sono (e o cachê as vezes pequeno) que me abateu.
É claro, sempre tem exceções, as vezes o técnico da firma pode ser um acomodado e não está muito disposto a experimentar uma otimização, ou então, se ele não tiver domínio das ferramentas, pode ser evasivo e dar desculpas para não destravar o processador.
Assunto mais que impertinente.
Claro, existem casos e casos.
Um sistema original, devidamente processado, amplificado e com seu desenho bem dimensionado, não precisaria nem olhar para o processador, no máximo a quantidade de subwoofer (quantidade de volume acústico) como no meu caso por exemplo, que procuro linearidade e não uso subwoofer mais que 6dB em relação ao grave (Lembrado que esses “míseros” 6dB e algo que deveríamos nos assustar em uma diferença de amplitude, tecnicamente falando, não artisticamente)
Em um arranjo onde a empresa responsável pelo o sistema não tem o total conhecimento muito menos o carinho de ter um sistema no mínimo musical, faz com que devemos tomar atitudes mais bruscas.
No meu entender, mudar uma parâmetro do processador na base do “achismo” deveria ser crime, assim como uma empresa entregar um sistema fora de coerência.
Eu carrego comigo meu computador, placa de áudio, microfone de analisador de espectro e um software para que eu consiga conferir com exatidão e de maneira séria o resultado do PA, e infelizmente eu tenho que tomar decisões sérias, como ajustar a fase entre os componentes da caixa, conferir polaridade entre os mesmo, ajustar a fase do array com os subwoofer.
Mas confesso, eu não fico feliz com isso, pois na posição de engenheiro de audio, ou técnico da banda, ou o cara que vai mixar (escolham o título que quiser) eu estou ali para mixar. E não para tomar essas decisões.
Mas infelizmente se eu não fizer toooooooodo o trabalho de analise de um sistema, praticamente eu nunca terei um sistema no mínimo honesto.
Falo isso com base de estar à dois anos mixando PA para o artista Fabio Jr.
Resumindo.
Se o sistema é bom e cuidado por pessoas competente, você não precisa nem imaginar onde está o processador, mas se o sistema ou a equipe não são competentes, aja conhecimento para você ajustar o sistema e tentar a sorte de melhorar.
Agora, na minha concepção, o processador NUNCA deve ser usado de forma artística, com certeza eu estarei comprometendo o sistema.
Parâmetro de fábrica é algo pensado por engenheiros e desenvolvedores, é algo MUITO sério.
Artisticamente podemos contar com várias ferramentas dentro de um console digital.
Bom sons a todos!
Isso aí, Kadu!
Bem otimo tema:
Desse posso falar com experiência, trabalho numa empresa, em que os processadores ficam nos rakcs de amplificadores quando não os próprios amplificadores já procesam o sinal nesse caso nos sistemas importados de grandes marcas que temos, eles só nos permitem acesso aos Gain, delays, e ajuste de memória dependendo do PA que vai ser usado dessa determinada marca; em outro sistema que possuímos nacional, caixa essa feita apartir de uma boa experiência do proprietário da empresa que também é técnico, e apartir da situação de ter um sistema mais acessível para o cliente, essa caixa possui componentes importados processadores de qualidade, e é o mais plano possível dentro das possibilidades. Ajustado fase e acoplamento entre os componentes, desculpe mais não sei o que o operador da banda vai conseguir mudar do que já conseguimos, porem sempre que estou com esse sistema e o técnico da banda sente alguma dificuldade seja ela qual for, estou ali para acessorá-lo, e acho que esse seja nosso papel de Tecnico responsável pela locadora;
Levando em consideração o bom senso eu nunca vi problema de aumentar ou diminuir volume seja lá de qual for, é sempre estive à disposição do operador para eventuais problemas como cancelamento entre outros, meu ponto de vista, espero ter ajudado.
Fico feliz com todos os comentários. Acho que atinjo meu objetivo em abrir o espaço através do Audio Repórter aqui para a discussão. Todos os fatos aqui citados não se tratam de ficção (hehehehehe) presenciei todos. Coaduno em muitos dos pensamentos aqui citados. Abraço a todos os amigos. É uma honra fazer parte deste espaço. Obrigado Diego e Audio Repórter pelo espaço…!
Tão belo conteúdo escrito, tem sido as respostas. Finalizo respondendo com a questão do texto, como seria se cada um trouxesse sua cena no pendrive?
Já pensou ein Tiago… Cena até pra processador… hehehehehe… Obrigado!
Em alguns casos, o bloqueio dos parâmetros do processador são feitos pelo próprio fabricante do sistema como forma de garantia do mesmo, e em 90% dos casos os técnicos que eu atendo na locadora em que trabalho, nem olham ou procuram saber sobre o processador. Geralmente a única coisa que trocamos, até por gosto pessoal de quem atendemos, é a maneira que o sub é usado (em auxiliar ou não).
Mas é claro que sempre existe aquele “engenheiro” que se acha o dono da razão e de certa forma compromete o trabalho dos outros, mesmo tendo o acesso e possibilidade de ajudar.
Uma coisa eu aprendi e continuo aprendendo todos os dias na estrada: “Sempre vou ter algo a aprender e a ensinar. Mesmo que seja o que não fazer.”
Grande abraço a todos e ótimo tópico.
Olá amigos, trabalho em uma locadora e sou responsável pelo monitor da empresa, realizamos trabalhos com todos artistas nacionais e normalmente “alteramos” alguns parâmetros do processador sim, porem sempre com cautela, o pior é quando viro as costas e o técnico do artista realiza as alterações, como os cortes, eqs nas vias, filtros, delay, graus de fase, etc, mesmo explicando quais componentes compõem a caixa, a “criatura” vai la e TENTA fazer os cortes que ele ACHA correto, não sei mais que ninguém, porem estou toda semana com o mesmo sistema, conheço desde especificações técnicas e suas limitações.
Temos que trabalhar em conjunto e realizar o show da melhor maneira, sempre respeitando uns aos outros, mas admito que perco a PACIÊNCIA quando vejo processador com delay de 4 mts na via de sub de um side de KF 850 ou aplicando filtro LR de 6 db/8ª no corte das vias de alta….
Hoje em dia a maioria dos sistemas fabricados por grandes empresas tanto nacionais quanto estrangeiras, já passam um software para alinhamento ou já vendem o sistema já processado, assim se o locador mantem dentro daquilo que o fabricante já orientou, vejo DESNECESSARIO a intervenção do técnico mesmo porque se a locadora já fez a montagem e fez o alinhamento e o deixou FLAT sua reposta PLANA no ambiente vejo que o tecnico deveria ter o respeito pois o seu lugar é na mix na mesa no console, se tem que tirar som vai para os equalizadores, dinamicos e claro mixar, pois a base para audição tem de vir de um sistema de reposta plana para assim ter os instrumentos e vozes equalizados, processados. PLANO É PLANO, FLAT É FLAT, se quer valorizar um instrumento ou voz faça na mix.
Vem chafurda de técnico de som enfiar o bedelho no troço que foi alinhado com toda a tecnologia possível, tem que cadear o acesso sim!