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quinta-feira , 21 novembro 2024

Vamos falar sobre audição?

Engenharia de som ao vivo é o ápice da engenharia acontecendo em tempo real.FOH

Você não só tem que lidar com um ambiente acústico sempre mutável, um “set up” complexo e altamente técnico, e um ambiente que sempre muda. Que pode chover, o banheiro está a uma caminhada muito mais longa, e seu café está sempre frio quando você consegue saboreá-lo. Você não pode apertar o STOP e REC, PLAY é sua única opção.

Além disso, você é a ligação direta, entre músicos, equipe de palco, gerente da turnê, o organizador do evento e o público que comprou os ingressos que pagam o seu salário.

Esses dois pedaços de carne altamente experientes e inteligentes de cada lado da sua cabeça são a porta para o dispositivo analógico estereofônico mais caro no universo conhecido.Então, você precisa cuidar deles. Você não pode obter uma atualização de software para o seu ouvido interno quando ele começa a falhar. Danifcar a audição é permanente, irreversível, provoca surdez, e infelizmente aparelhos auditivos ou cirur-gia não podem reverter isso.E, no entanto, não importa o quão digital se tornou a experiência de concerto ela permanece firme-mente analógica. Afnal, seu melhor instrumento de medição de áudio é você, e mesmo depois de milhões de anos de evolução, ainda não temos ouvidos digitais.

É a mesma sopa sonora

As indústrias da música e do entretenimento são as únicas em que os níveis extremamente elevados de ruído e efeitos especiais são considerados como elementos essenciais de um show ao vivo.

Altos níveis sonoros são comuns em eventos nos estádios, bem como em bares, discotecas, salas de concerto, teatros e instalações de estúdios de TV, e níveis consistentemente elevados de ruído existem mesmo em configurações de música clássica. Músicos eruditos são rotineiramente expostos a altos níveis de pressão sonora por muito mais tempo do que os músicos de uma banda de rock. (O ciclo de óperas de Wagner, O Anel de Nibelungo, tem quase 4 horas de duração.)

Um estudo dinamarquês publicado em 2006, sobre proteção auditiva, sintomas e problemas auditivos em orquestras sugere que mais de 27% dos músicos sofrem de perda de audição, 24% sofrem de ‘tinnitus’ (zumbido nos ouvidos) , 25% de ‘hiperacusia’ (aumento da sensibilidade ao som), 12% de distorção e 5% de ‘diplacusis’ (os ouvidos ouvem dois tons distintos).

Em muitos países ao redor do mundo a legislação já foi promulgada (baseada em normas, padrões e nas leis trabalhistas) para proteger aqueles que trabalham nessas indústrias especializadas. É interessante notar que os governos perceberam tardiamente que as pessoas envolvidas na mídia e indústria do entretenimento estavam, às vezes, expostos a níveis de ruído semelhantes aos dos setores mais tradicionais – como a construção naval ou indústria siderurgica.

Na europa já existe legislação específca (DIRECTIVE 2003/10/EC on the minimum health and safety requirements regarding the exposure of workers to the risks arising from physical agents (noise), em tradução livre: ‘Controle de Ruído no Trabalho de 2005, a Directiva Europeia (2003/10 / CE, da Saúde e as orientações executivas de segurança HSG260’) que trata sobre barreiras acústi-cas, níveis de exposição ao ruído, proteçãoauricu-lar, medição de ruído, qualidade acústica, soluções arquitetônicas e exames regulares de saúde para as pessoas que são rotineiramente expostas a níveis elevados de ruído.

E é por isso que orientações semelhantes devem ser aplicadas para o barman que prepara martinis de vodca – e um engenheiro de som na mixagem de uma banda de rock em frente à 20.000 pessoas. Afnal, em muitas ocasiões, eles compartilham o mesmo espaço, as mesmas condições acústicas.

Sendo criativo com os grandes números

Os níveis que são considerados seguros para o pessoal que trabalha em áreas sensíveis a ruído devem ser definidos. Estes níveis são retirados de normas internacionalmente aceitas e utilizadas em muitos países do mundo.

É exigida a adoção de medidas específicas de mitigação a partir de determinado ‘nível de ação’. Esses níveis são associados à média de níveis de exposição ao ruído de empregados durante um dia de trabalho, uma semana ou o ruído máximo (nível de pressão sonora de pico) a que os empregados estão expostos em um dia de trabalho: expostos em um dia de trabalho:


Valores de exposição inferiores (LEAV):
– exposição diária ou semanal de 80 dB; – Pico de pressão sonora de 135 dB
Valores de exposição superior (UEAV):
– exposição diária ou semanal de 85 dB; – Pico de pressão sonora de 137 dB
Há também os níveis de exposição ao ruído – que não devem ser ultrapassados (mas que tenham em
conta qualquer redução da exposição fornecida por proteção auditiva):
Os valores-limite de exposição (ELV):
– exposição diária ou semanal de 87 dB; – Pico de pressão sonora de 140 dB

A energia sonora na região próxima a pessoa é medida utilizando-se uma média temporal e uma ponderação em frequência A – sendo expressa normalmente como um valor de Nível Equivalente (LAeq) em decibéis, dB(A).

Para se saber os níveis de exposição sonora a que estão expostos a equipe de palco e os outros funcionários, realizam-se medições ao longo de todo o evento, tanto de níveis de pressão sonora quanto de exposição ao ruído.

O LAeq leva em consideração a energia sonora total ao longo de um período específco de tempo, e é a métrica mais utilizada na elaboração de estudos de ruído ambiental. Outra forma de evidenciar o impacto do ruído é através dos níveis sonoros máximos – Lp(C) – associados a momentos específcos das medições.

O LAeq é posteriormente, utilizado no cálculo da exposição ao ruído (ou dosagem) durante um longo período de tempo – como 8 horas ou mesmo 1 semana. Esta dosagem é tipicamente então indicada como um valor dB – LEP, d. Já o nível exposição pessoal diária ao ruído (LEP,d) representa a ‘dose diária de ruído’- uma combinação de ‘quão alto’ e ‘quanto tempo exposto’ aos vários níveis de ruídos que uma pessoa se expõe durante o dia de trabalho.  Abaixo são exibidos os níveis de exposição ao ruído típicos para várias pessoas em um show de rock and roll.tabela

Essa foi a parte 1 deste post. No próximo post vamos concentrar atenção no Engenheiro de FOH, e falar mais sobre audição.

Este post  foi escrito pelos Engenheiros Gary Brzezinski and Guilherme Lopes.

 

Sobre Diego Moreno

Fundador do site, Engenheiro de áudio, apaixonado por música, divide o tempo entre a estrada o estúdio e a constante atualização do site.

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Vou mais uma vez causar polêmica e discussão com este post, pois sei que muita gente que segue o blog faz ou já fez, concorda ou discorda de alguns desses mitos que eu vou comentar agora:

3 comentários

  1. Sempre que eu vou em um show eu sinto que meus ouvidos são agredidos fortemente. Estou ficando preocupado com isso. Existe algum tipo de protetor auricular especializado para esse tipo de situação?
    Obrigado!

  2. Qual é o limite de massa sonora RMS que podemos deixar na Master? É saudável deixar em -5db ou -6db RMS? Não encontro em lugar nenhum essa informação, quero saber se o limite.

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